O arquiteto Dalmo
Vieira Filho, Superintendente do Instituto de Planejamento Urbano deFlorianópolis – Ipuf, tem o desafio de montar o novo Plano Diretor
da Capital, que reúne leis visando o planejamento da cidade para os
próximos 20 anos.
Representantes de
entidades empresariais e do comércio, de movimentos sociais e dos
moradores dos bairros vem discutindo com a prefeitura propostas para
elaboração do documento.
O resultado deste
trabalho deverá ser entregue à Câmara de Vereadores em setembro.
Segundo o
superintendente do Ipuf, o principal objetivo do Plano Diretor é dar
qualidade a Florianópolis com base em três conceitos: equilíbrio
social, meio ambiente e patrimônio.
Algumas alterações já
constam do documento:
1 –
Recuperação do Centro Histórico:
Permite que
comerciantes do Centro de Florianópolis coloquem mesas nas ruas, em
horário definido, para aumentar a permanência das pessoas no local.
Cria um boulevard em que lojas ficam abertas até
mais tarde, fomentando o retorno da população ao “coração” da
cidade. Paralelamente, incentiva as pessoas a fixarem residência no
centro, criando demandas por comércio e serviços.
2 –
Transporte Marítimo:
Defende que São José,
Palhoça e Biguaçu também incentivem concentrações de pessoas em
bairros pré-determinados, já que não bastam balsas a preços
acessíveis sem passageiros.
3 – Elevador:
Prevê a construção
de um elevador ligando o ponto de ônibus para quem chega à Ilha
pela Ponte Hercílio Luz com o centro da cidade. O elevador também
serviria aos passageiros que desembarcariam das barcas em um píer. O
equipamento permitira acesso ao Centro de Florianópolis e teria a
metade da altura do Elevador Lacerda, de Salvador.
4 –
Valorização da Ponte Hercílio
Luz:
Trata das imediações
da Ponte como um presente da natureza e paralelo somente ao entorno
do Pão de Açúcar, no Rio de Janeiro. Os projetos planejam extrair
o máximo proveito dos terrenos próximos às duas cabeceiras da
Ponte, com extensas áreas verdes intercaladas por cafés,
confeitarias e restaurantes.
5 –
Transporte coletivo terrestre:
Inclui três corredores
de ônibus na SC-401, outro ligando a Baía Sul, Beira-Mar e o
contorno da UFSC e uma via rápida no continente. Veículos menores
fariam o transporte em áreas como a Trindade.
6 – Altura do
prédios:
Determina a preservação
das características da Ilha, cercadas de montanhas, com a definição
da altura dos prédios a serem construídos futuramente.
7 –
Crescimento sustentável:
Cria áreas de
centralidade, com maior número de moradores em locais que ofereçam
mais serviços. Assim os deslocamentos se tornam menos frequentes. O
caminho do crescimento no Norte é ao longo da SC-401. Mas ainda há
bastante espaço a ocupar no final da rodovia onde hoje existe o
Canto do Lamim. O Sul sofrerá uma mudança considerável com o novo
acesso ao aeroporto, com construções na Tapera e no Campeche.
8 – Moradia
popular:
Estipula condições
para as novas construções, com reserva de áreas para moradias
populares. A estratégia é que cada ponto de concentração urbana
seja acompanhado deste tipo de imóvel, porque não é bom que
trabalhadores precisem de grandes deslocamentos.
9 – Incentivo
as bicicletas:
Fecha um circuito de
ciclovias que liga a UFSC, a UDESC e o Centro de Florianópolis está
na proposta do Plano Diretor. A intenção é que a bicicleta não
seja somente lazer, mas meio de transporte. Também é estudada a
oferta de bicicletas para aluguel, como em Paris. Nos fins de semana, um circuito do Cacupé ao Continente e faixas da Beira-Mar
e de Coqueiros seriam fechadas aos domingos como ciclovias.
10 – Baía
sul:
Leva o CentroSul e a
Passarela Nego Quirido para o Saco dos Limões, substituindo-os por
um grande parque; a rodoviária para São José, onde fica a Ceasa; e
a estação de tratamento também deixa o Centro, dando lugar à área
verde de frente para uma marina.
O que vocês acharam das propostas?
Comentem!